Pular para o conteúdo principal

Apenas três suspeitas... Será?

“O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle”, Paulo Francis.

Na tarde de sexta-feira, 20, uma estudante de apenas 19 anos foi internada na UTI da Santa Casa de Adamantina com suspeita de Gripe A (H1N1).

Este seria o terceiro caso suspeito na cidade: um homem de 57 anos estava internado, mas seu estado clínico melhorou e uma mulher de 36 anos faleceu na última semana. Duvido que estes sejam os únicos casos suspeitos em Adamantina.

A segunda suspeita, só foi noticiada após a primeira morte. Apesar da insistência da imprensa em obter informações e alertar à comunidade – ainda mais – sobre a doença. Mesmo assim, as autoridades locais “lavaram as mãos” e permitiram eventos públicos com grande aglomeração de adolescentes.

Não podemos parar de viver, é obvio, no entanto, como dizia minha avó “caldo de galinha e precaução não fazem mal a ninguém”. Enquanto isso, autoridades de Osvaldo Cruz – mesmo equivocadas – divulgaram um ‘pseudo-caso-confirmado’ e alertaram a população. Dias após, identificaram um ruído de comunicação e corrigiram a informação.

Aqui, a ‘cortina de fumaça’ continua. No jogo de bastidores, a população é prejudicada pelo ‘medo’ de divulgar e pela presteza em ‘omitir’.

Há algum tempo, atuava em um jornal de Adamantina quando noticiei o pior índice de mortalidade infantil da história da cidade, dados assustadores, semelhantes aos encontrados em países da África... Eram dados oficiais, porém, muitos ‘poderosos’ ficaram raivosos com a divulgação de tal informação.

Depois disso, senti na pele ou nas páginas, como preferir, o poder do controle da informação. Naquela época, buscava todos os dias da semana obter uma única informação, entretanto, apenas um jornal a conseguia.

Estava instaurado o novo sistema de direcionamento e manipulação. Antes, atuavam como censores nas redações, agrediam psicologicamente, agora, controlam a informação e a direcionam como querem e a quem preferem.

A informação saía das “salas brancas” direto para as páginas do ‘jornal escolhido’. Nenhum questionamento, nenhuma vírgula alterada, nada. Apenas o nome do autor era alterado (pra não dar na cara, é lógico!). E, apesar da “orientação expressa”, a assessoria de imprensa, muitas vezes, lia a matéria depois de publicada ou se curvava à grosseria do ‘poderosão’.

Sei disso porque, durante este processo de controle de informação, trabalhei no ‘jornal escolhido’ e presenciei esta atrocidade. O jornal não tem culpa, afinal todo veículo de comunicação luta para ter exclusividade. A grande mídia até paga!

Dito isso, somente um fato poderá sanar minhas dúvidas quanto ao número de casos suspeitos de Gripe A (H1N1) em Adamantina: analisar o registro de distribuição de medicamentos à base de Oseltamivir (Tamiflu). Caso contrário – com dos fatos citados acima – duvido!!!!!


Everton Santos é publicitário e jornalista diplomado.

Comentários

Gisele disse…
Parabéns pela ousadia e coragem em expor dúvidas e angustias que não só suas. A população precisa saber o que de fato acontece, seja para entrar em pânico ou não, a informação é um direito de todos.