homem é o seu interesse pessoal", Allan
Kardec.
O debate do
momento é sobre quem fez melhor? Este critica (e ataca) aquele, que responde na
mesma moeda, destacando seus acertos e esquecendo-se dos erros. As críticas em
relação ao modelo de gestão partem de todos os lados e não há sequer uma
alternativa apresentada, por quê? O debate está empobrecido, privilegiando apenas
o interesse deste ou daquele empresário.
Mais uma
vez grande parte dos recursos não foi aplicada em nosso município, permaneceu
nas mãos de poucos. Os shows, como sempre, agradam a uns e desagradam outros e
assim sempre será, gosto é algo particular e poucas vezes é compartilhado pela
maioria. Além disso, a organização sempre acerta em alguns pontos, enquanto
erra em vários outros...
É
inaceitável que o debate fique preso apenas em qual será o empresário que vai coordenar
a festa. Isso pouco importa. Na minha opinião o espaço público pode (e deve)
ser mais utilizado, cedido para entidades e alugado no caso de uso privado em
eventos cobrados. O calendário é extenso e muitas são as datas disponíveis.
O modelo
não é ruim ou deficitário. E, se fosse não teríamos tantos embates e interesse de
empresários. Mas é preciso separar muito bem (algo que não acontece há muito
tempo) o particular do público, com definição de funções, atribuições e
responsabilidades muito claras.
Diversas
cidades utilizam o entretenimento como fonte de renda. Criaram estruturas
específicas para gerenciar as festas e comercializar espaços, envolvem a
entidade e garantem a permanência da maior parte dos recursos para mover a
própria comunidade. Vejam o exemplo da pequena Iacri, que apresenta estrutura
invejável e organização exemplar.
Os exemplos
de sucesso são muitos e devem ser copiados. Não é possível que uma comunidade
que já mostrou ter capacidade para promover uma das festas mais importantes do
país tenha desaprendido.
Mas não
adianta apenas denominar a festa como popular. É preciso envolver a comunidade
realmente. Formar um conselho de entidades, com a participação dos clubes de
serviço, associação de moradores e entidades assistenciais é um excelente
começo.
Uma festa
organizada por entidades locais com envolvimento de toda a comunidade não teria
muito mais clima?
A participação
da administração pública poderia ocorrer diretamente, com a conquista de
recursos públicos/particulares e custeio do evento, como ocorre em outras
cidades, mas com maior transparência e profissionalismo, ou apenas como
locatária do espaço público e apoiadora dos eventos, o que não ocorre com muita
frequência.
Como diria Balzac
a administração é a arte de aplicar as leis sem lesar os interesses, principalmente
os populares. Que a população de Adamantina acorde e busque uma nova opção,
senão continuará arcando com o custo dos interesses particulares, já que todas
as falhas públicas geram lucros privados. Pensem nisso!
(*) Everton Santos é publicitário e jornalista (MTb Nº. 34.016/SP)
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