"Do mesmo papel em que lavrou a sentença contra um adúltero, o juiz rasgará um pedaço para nele escrever umas linhas amorosas à esposa de um colega", Michel de Montaigne
(*) Everton Santos
Motivo de orgulho? Jamais. Uma cidade com um político cassado, independente do "crime" praticado, nada tem a comemorar.
A política deveria ser um instrumento de modificação da sociedade e não apenas briga pela detenção do poder.
A sentença abre um precedente para novos julgamentos políticos e corrobora o novo momento de "prestação de contas" enfrentado pela classe política.
Há alguns anos outro processo de cassação de direitos políticos, talvez mais denso e contundente que o atual, foi alvo de julgamento, no entanto, com resultado díspar.
A decisão desagradou grande parte da população e proporcionou uma reviravolta das urnas. O processo culminou na eleição de novo grupo político para o Executivo e renovação do Legislativo.
Todavia, com o tempo e, sobremaneira, o desgaste provocado pela quebra do antigo sistema "gerencial" ocasionaram no retorno de muitos daqueles expurgados no passado.
Agora é esperar e, essencialmente, rezar para que a sentença resulte em avanços e evolução da classe política, que ainda urge de novas lideranças e projetos, mas infelizmente ainda sobrevive do voto da maioria.
Voto este que, muitas vezes, é "creditado" em razão de favores, dinheiro, bolsa-isso-e-mais-aquilo, promessas e mais promessas, mas, sobretudo, de raízes coronelistas e da inconsciência popular.
A política precisa de contemporaneidade e o eleitor, alma. Acorda Adamantina!
(*) Everton Santos é publicitário e jornalista (MTb Nº. 34.016/SP)
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