Aprovado pelo Ministério da Educação e Cultura
(MEC) desde 1990, o Ensino à Distância (EaD) popularizou-se na década de 2010, no
entanto, seu auge foi registrado paralelamente à pandemia de Covid-19. Este
crescimento vertiginoso é resultado das facilidades de acesso, baixo custo e
grande oferta de vagas. Todavia, a qualidade dos profissionais formados por
esta modalidade de ensino é constantemente motivo de questionamentos, mesmo
diante do inegável avanço tecnológico e da mudança do perfil educacional.
O cenário educacional brasileiro passou a
registrar uma incidência maior de cursos EaD na década de 2010, muito em razão
das mensalidades acessíveis na comparação com os cursos presenciais, bem como pela
adesão de Universidades e grandes redes a este modelo de ensino.
Além disso, soma-se a este cenário, as
facilidades de acesso ao conteúdo e flexibilidade para a realização das aulas e
atividades. Fatores que contribuíram para o aumento da demanda por matrículas, principalmente
de estudantes oriundos de comunidades carentes e de localidades sem a
existência de campis.
O ápice desta modalidade, no entanto, ocorreu
entre 2018 e 2024, impulsionada pela ampliação do número de polos Ead, que passaram
de 15 mil para 47 mil unidades em todo o país. O número de vagas nos cursos à
distância também cresceu na mesma velocidade, para 17,2 milhões contra 5,6 milhões
de vagas presenciais, segundo aponta o Censo da Educação Superior.
Entretanto, especialistas questionam a
qualidade dos profissionais formados por estas instituições. O aumento vertiginoso
de cursos e a elevada oferta de vagas promove uma disputa por estudantes, situação
que pode gerar baixa qualidade de formação, especialmente em cursos com demanda
por formação técnica e prática.
Muito embora alguns cursos sejam oferecidos
por faculdades e universidades de renome, muitas empresas foram criadas para
atuar neste mercado lucrativo. Prova disso é que 46% dos polos Ead no país são
terceirizados, estando, desta forma, sob a administração de empresas parceiras
das faculdades.
O imparável avanço tecnológico, algo cada vez
mais evidente em nosso cotidiano foi essencial para a mudança do perfil
educacional brasileiro. Esta situação tende a se fortalecer ainda mais nos próximos
anos, todavia, a atuação do Estado para garantir a qualidade dos cursos torna-se
cada vez mais necessária. A regulamentação deste setor, sobretudo com a criação
de legislações e fiscalização constante são, desta forma, essenciais para a
garantia de uma sociedade melhor preparada para enfrentar os desafios
vindouros.
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