belos foram
aqueles em que lutaste”, Sigmund Freud
A geração coca-cola despertou?! Os jovens tomaram as ruas das cidades
brasileiras e bradam, incessantemente, por justiça. Em Adamantina, um ato
público marcará a revolta pelo atual sistema político contaminado pela
corrupção, pela impunidade e desrespeito.
As manifestações, que não tem sigla partidária, terão como consequência
mudanças no modo de se fazer política no Brasil. Talvez seja um pouco cedo para
afirmar alterações radicais, mas o próprio sistema já visualiza o manifesto com
respeito.
Corporações televisivas, manipuladoras por essência, foram obrigadas a abandonar as pautas alienadas e mostrar, mesmo que com certo desvio, a revolta popular instaurada. Governos foram obrigados a abandonar o discurso e prática repressores e adota o diálogo como forma de frear a revolta.
Corporações televisivas, manipuladoras por essência, foram obrigadas a abandonar as pautas alienadas e mostrar, mesmo que com certo desvio, a revolta popular instaurada. Governos foram obrigados a abandonar o discurso e prática repressores e adota o diálogo como forma de frear a revolta.
Conter as manifestações, porém, não será mais possível. Após tantos
anos de espera, o gigante acordou e foi às ruas. E mostra, a cada dia, que os
protestos são imprescindíveis, não na luta por apenas 20 centavos, tampouco
para promover o medo, seja de quem for, mas em função da conquista de direitos.
Lutam por justiça e pelo bom uso do dinheiro público.
Da mobilização nas redes sociais à rua, jovens deixaram o ambiente
virtual para mostrar seu valor real. Por meio de redes, manifestantes lançaram
a semente de revoltas populares que levaram à queda do presidente egípcio Hosni
Mubarak e do regime de quase meio século de Muamar Kadafi na Líbia, mas também
podem alimentar e viabilizar ataques que venham a ser incentivados ou
desencadeados por inimigos do país, como ocorreu na Primavera Árabe.
Outras distorções também podem passar despercebidas. Muitos partidos/políticos
utilizam-se das manifestações para angariar votos e/ou popularidade. Mostram
indignação e revolta, declaram apoio incondicional ao movimento, mas de certo
planejam suas candidaturas. Até mesmo filhos de políticos cassados entraram na
onda.
Muitos dos críticos que participam dos protestos ainda desconhecem
aquilo que criticam. Na ânsia por participar e levantar a bandeira do certo,
são levados a defender causas direcionadas por pessoas erradas. A ideologia dá
passagem ao discurso confuso e sem foco definido. Todo cuidado é pouco!
Buscar o impeachment da Dilma, do Alckmin, do Renan, do Feliciano e de
tantos outros seria a solução? Provavelmente não. Eles foram eleitos por uma
parcela da população, através de um sistema arcaico e tendencioso e seus sucessores
serão, da mesma forma, representantes do mesmo sistema.
A mudança é árdua, mas só se concretizará completamente através da
própria política. A verdadeira manifestação deve ser apresentada nas urnas,
democraticamente e em silêncio. De nada adianta mostrar repulsa ao sistema hoje
e aderir aos seus tentáculos amanhã.
O meu protesto será em 2014, na urna. Mas não basta apenas votar. Temos
que acompanhar os eleitos, cobrar suas promessas de campanha e a defesa de
nossos direitos. Falando nisso, quantas vezes acompanhou o trabalho do vereador
que elegeu? Fiscalizar também é seu direito e ajuda na construção da
democracia.
Enquanto isso vamos lutando, gritando, caminhando e cantando e seguindo
a canção, somos todos iguais, braços dados ou não. Vem, vamos embora que esperar
não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
(*) Everton Santos é publicitário e jornalista (MTb Nº. 34.016/SP)
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